sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Idéias

Uma avaliação parcial da Mostra

Três dias e a Mostra Brasileira de Teatro Transcendental mostrou a que veio nessa sétima edição! O espetáculo Entre Deus e Mamon, do Teatro de Bonecos Riso de Deus, se apresenta desde sábado (15) no interior e nos terminais de ônibus da capital. Diversão e alegria garantidos para o público de todas as idades!

Na terça-feira, subiu ao palco principal a peça Valores: a cotação humana, de Brasília. Uma seqüência de monólogos mais ou menos interativos e com forte teor filosófico. A montagem apresenta altos e baixos. Apesar da boa contribuição que traz ao público, com uma proposta de repensar nossas ações diárias, a peça poderia tranqüilamente ser reduzida em mais de 20 minutos!

Ganharia em dinamismo e atratividade, sem perder o foco! Além disso, é preciso explorar mais recursos como luz, corpo e som, como forma de potencializar a força do texto.

Na quarta, foi a vez de O amor jamais te esquece, de São Paulo. Mais uma adaptação de romance épico, no caso, do médium André Luiz Ruiz, atribuído ao Espírito Lucius. Nada de novo no horizonte. A mesma velha transposição da literatura mediúnica para os palcos. Falta a experimentação, falta aproveitar melhor as possibilidades oferecidas pela linguagem teatral, bem diferentes daquelas que marcam o texto puramente literário. Como quase sempre ocorre nesse tipo de montagem, sobra explicação, falta criatividade cênica.

Ontem, por fim, a mais agradável supresa da Mostra, até aqui: Quem tem medo da morte?, dos baianos da Comunidade Arte e Paz. Sobre o espetáculo, vamos direto ao ponto. Compartilho com vocês uma breve resenha que escrevi:

Grandes, pequeninos, simples ou complexos, todos temos medos. Alguns deles são úteis. Ajudam a evitar o perigo, garantem nossa sobrevivência. O resto não passa de entulho. Coisas que a mente cria para se fechar. Coisas que a gente fia para se amarrar. E se há entre os medos um mais forte, esse é o medo da morte!

Quem não tem? Quem nunca sentiu? Quem nunca se viu angustiado pela perspectiva do fim? Talvez por isso mesmo não dê pra ficar alheio à humanidade exalada por
Quem tem medo da morte? Um texto profundo, que ganha dinamismo na direção bem conduzida de Edmundo Cezar. A cada cena, um novo olhar, a cada esquete uma forma nova de se libertar. Da cegueira, da angústia, das limitações... Da incerteza sobre o porvir, que nos impede de usufruir uma vida plena!

O tom escolhido é de provocação. Clichês sobre o aquém e o além são sucessivamente derrubados pelos três personagens que impulsionam a narrativa. Eles mesmos se revezam nas funções de condutores e vivenciadores da trama. Em conflitos bastante sugestivos sobre as influências invisíveis que nos cercam a cada passo da jornada.

Quem tem medo da morte? propõe à platéia um modo singular de perceber a morte. Sem dogmas, pudores ou receios. Com a espontaneidade de quem caminha sabendo aonde vai chegar. E entende que o amanhã reflete nossas escolhas. Que a morte é um novo princípio. E o nascimento, apenas um recomeço.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Idéias

A Arte na Libertação do Homem

Trazemos hoje para o blog uma contribuição e tanto para nossas discussões sobre Arte e Espiritualidade, assinada pela professora Márcia Fusaro, da Universidade Nove de Julho (SP).

A autora é doutoranda em Comunicação e Semiótica, pela PUC-SP, atua profissionalmente como tradutora e parece ter iniciado uma coluna sobre nossa temática central no site do Centro de Estudos Filosóficos Laboratório Evolutivo (Cefle).

Se ela foi além do primeiro artigo, não saberíamos precisar. O certo é que este que se lê abaixo nos chamou suficientemente a atenção para publicá-lo aqui.

Falar sobre arte é sempre uma redescoberta. Refiro-me à boa arte, aquela que toca o homem em sua essência, espelhando a centelha de beleza espiritual presente em cada um.

O bom artista conhece as facetas humanas melhor do que ninguém. Cada atitude, cada gesto, cada consagração e derrota humana é por ele captado e expressado em seu mais íntimo sentido. Mas ao assumir seu papel de revelador da alma do mundo, o artista investe no processo seu mais ousado vigor de "ver além", retratando na arte a emanação do ser, da essência espiritual. Exatamente por isso ele nem sempre é compreendido.

Os grandes artistas, verdadeiros magos da expressão, provam que a sensibilidade aliada ao talento torna possível "dizer o indizível", "alcançar o inalcançável". Espelho da própria busca do ser espiritual.

A arte também traz em si formas de meditação e de contemplação. É um refinamento do espírito e para o espírito. Arte é a manifestação de uma essência primeiro meditada pelo artista, depois expressada em uma forma estética, para então ser contemplada não apenas por seu próprio criador, mas por outros seres buscadores de suas próprias essências.

Quando digo arte, considero as diferentes formas de expressão artística humana, determinadas por uma estética específica, mas voltadas essencialmente à busca de uma transcendência.

Para estrear nossa coluna sobre arte e espiritualidade, ninguém melhor do que o poeta-místico inglês William Blake (1757-1827), um artista para quem a noção de espiritualidade era tão íntima quanto a própria arte.

Sua obra mais importante em prosa The Marriage of Heaven and Hell (O casamento do céu e do inferno) baseia-se nos escritos de Emanuel Swedenborg (1688-1772), outro grande intelectual e místico do século XVIII.

Para Blake, completamente incompreendido e tido por muitos como louco em sua época, o uso da imaginação em contraposição ao cientificismo cada vez mais exarcebado do século XVIII representou a luta artística de toda uma vida. Poeta, artista plástico e, acima de tudo, observador atento do mundo, Blake conseguiu com sua arte contrapor-se a seu tempo, rebelando-se contra o materialismo presente em seus dias. Levado por sua extrema ousadia de artista engajado, chega a declarar na carta ao amigo e intelectual Thomas Butts: "Que Deus nos guarde de ver com um só olho e de dormir o sono de Newton".

Evidentemente que as descobertas de Isaac Newton sobre a Física foram de extrema importância, mudando um quadro teórico que se estendia desde Aristóteles. Mas para o artista rebelde, William Blake, as descobertas da ciência, por mais brilhantes que fossem, não eram suficientes para explicar os processos da natureza e a alma humana, muito mais complexos do que o cientista é capaz de conceber.

Em sua ânsia de romper e de transcender os limites impostos por seu tempo, querendo manifestar-se como espírito livre que era, Blake tenta fazer "caber o infinito na palma de sua mão", e consegue:

Ver um mundo em um grão de areia
E o Paraíso em uma flor silvestre
Segurar o infinito na palma de sua mão
E a eternidade em uma hora

William Blake sabia como ninguém que somente a arte, com sua maior liberdade de expressão, é capaz de tornar possível a manifestação da tendência libertária do espírito. E soube mostrar isso da melhor forma que um artista pode fazê-lo: com sua própria arte.


Márcia C. F. Fusaro

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Mais

Mais show

Montando o cenário

Arrumando o palco

Descansando um pouquinho...

Passagem de som

Pra valer!

Caba bom!

Cantoras!

Cantoras II

O sorriso escondido sob os cabelos de uma guitarrista...

Participações especialíssimas

Black power!

Ele é mau...

Ai, meu lombo...

Só dá doido!

Lirismo

Vida em nós

Vida em nós II

Reencarnação!

Discreta, mas essencial!

Parabéns!