sábado, 25 de dezembro de 2010

Pedro e o desafio de renascer em Cristo...

Nada mais cristão, na profundidade da expressão, do que pensar no nascimento de Jesus em nós. Nada mais espírita, na essência da proposta, do que meditar sobre a necessidade constante e crescente de renascermos em Cristo.

E foi essa mesma a reflexão que nos inspirou a obra Os Apóstolos e os primeiros discípulos de Cristo, que líamos hoje pela manhã, assinada por ninguém mais, ninguém menos, que Joseph Ratzinger, Sua Santidade, o papa Bento XVI, atual líder da Igreja Católica Romana.

Ao dissertar sobre Pedro, o autor fala sobre o caráter extremamente humano, comum a todos nós, da personalidade do notável líder dos primeiros cristãos. Um pescador simples que um dia exercia o ofício corriqueiro, quando recebeu o chamado da Verdade: Não tenha medo! De hoje em diante, serás um pescador de homens!

A esse respeito, pondera Bento XVI: "(Pedro) Aceita o convite surpreendente a envolver-se nesta grande aventura: é generoso, reconhece os seus limites, mas acredita naquele que o chama e segue o sonho do seu coração. Diz que sim (...) e converte-se num discípulo de Jesus".

Mas entre aceitar o chamado do Rabi e permanecer nele, sabemos muito bem, pode haver um abismo. Um abismo preenchido pela nossa falta de fé, pela nossa falta de construções íntimas no Bem e pela nossa absoluta falta de hábito no exercício regular da Virtude. Falta tanto, que o abismo se instala quase com a mesma espontaneidade com que a alegria de seguir Jesus nos havia preenchido.

E então? Então vem a hora de enfrentar face a face nossa pequenez. De encarar sem máscaras, nem pudores, o nosso pensamento viciado na ilusão, nosso sentimento condicionado aos ditames do ego e nossa vontade profundamente rasa.

É hora de lidar com nossa pretensão, com a audácia que não raras vezes nos leva a julgarmo-nos aptos a aconselhar a própria Verdade sobre como ela deveria ser. Exatamente como o fez, a certa altura, o próprio Pedro ao, acredite, repreender Jesus! Dizia o Mestre que importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria.

O pescador de homens, por sua vez, "escandaliza-se e protesta", nos dizeres de Bento XVI, com o anúncio do Calvário Redentor, chama o Cristo para conversar reservadamente e pretende aconselhá-lo a ponderar melhor sobre o tema, talvez a propor algum "jeitinho" mais cômodo de resolver a questão... A resposta do Messias não poderia ser mais contundente: Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens.

Compreendendo novamente, e com maior profundidade, o que significa se tornar um discípulo de Jesus, não sem melindre, nem contrariedade, Pedro reassume o compromisso anteriormente selado e nos lega mais um exemplo de empenho na edificação íntima da humildade e de perseverança na fé.

Exemplo que, em nossa modesta avaliação, jamais ganhou forma tão expressiva, contundente e comovente quanto na inspirada composição de Gladston Lage e Tim que leva o nome do apóstolo e pode ser vista abaixo. Uma canção que, se não arrebata a alma propriamente aos céus, arrasta-a irresistivelmente ao Caminho por meio do qual se pode chegar à Vida plena: o da entrega total do Espírito ao serviço com o Cristo, para além de todo o personalismo e de todo o interesse próprio, com a Verdade e pelo Bem de todos.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Por que Jesus educava pela Natureza?

Vós sois o sal da Terra... Vós sois a luz do mundo... Olhai para as aves do céu... Como é que vedes um argueiro no olho de vosso irmão e não vedes uma trave no vosso? Cuidado com os falsos profetas que vêm a vós sob a aparência de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes... Árvores boas só podem produzir bons frutos e árvores más só podem produzir maus frutos... Eis que o semeador saiu a semear... O Reino dos Céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo... O Reino é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes...

Se há um recurso marcante em todo o processo educativo utilizado por Jesus, este recurso é a Natureza. Se Sua palavra era a expressão da Verdade, se ela era imantada pela força que só o Amor Puro detém, ainda assim era preciso mais para mobilizar Espíritos endurecidos, como nós mesmo, tantas vezes, ainda hoje. E a Apostila Viva do Criador é precisamente esse algo mais.

Jesus tinha plena consciência de que "através da educação pela Natureza, o Espírito é estimulado a descobrir Deus em toda a Criação, passando a compreender sua natureza, finalidade e destinação". Sabia como ninguém que "a Natureza estimula o Espírito a observar, sentir, comparar e analisar, para depois refletir e concluir". Compreendia magistralmente, enfim, que "nesse processo, o Espírito percebe que os princípios divinos presentes em sua intimidade também compõem todo o laboratório da Natureza".

Por isso mesmo se serviu tantas e tantas vezes desse recurso tão encantador quanto subutilizado no nosso dia-a-dia.O clipe que se segue abaixo se baseia na canção A Amiga das Flores, de Ana Maria Soares Pereira e Moacyr Camargo, e é parte do projeto Amor pela Terra, do Centro Espírita Terra de Ismael, em Jurucê, distrito de Jardinópolis (SP).

Como já relatamos antes aqui, essa casa espírita desenvolve um trabalho excepcional de educação do Espírito pelo contato com a Natureza. E a bela composição que você confere abaixo é, na nossa avaliação, um dos mais saborosos fruto dessa proposta no campo musical, acrescido de nossa modesta contribuição no sentido de encontrar as mais belas imagens do Laboratório Divino para dialogar com letra e música tão bem inspiradas!



PS: Confira a letra da música aqui.
PS 2: As citações utilizadas no terceiro parágrafo do texto são todas da obra O que é a Evangelização de Espíritos, obra mediúnica inspirada pela equipe de Eurípedes Barsanulfo, por Alzira Bessa França Amui, páginas 37 e 38.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Nosso Encontro com Jesus

Faz uma semana que saímos de uma das mais profundas imersões na presença de Jesus que pudemos vivenciar na presente existência. Foram pouco mais de 24 horas, entre a noite de sábado, dia 13, e a de domingo, dia 14,  em que nos permitimos aproximar como poucas vezes do Rabi, para que pudéssemos estar aptos a ajudar outros Espíritos a vivenciarem essa mesma experiência. De encontro com as próprias potencialidades, com o Eu profundo, consigo, com o Cristo...


Foi durante o II Encontro de Jovens do Grupo Espírita Paz e Harmonia, no Alto dos Pinheiros, em Belo Horizonte (MG). Evento que também marcou o I Encontro de Jovens da Evangelização de Espíritos, um movimento que desde 1990 busca resgatar a metodologia pedagógica desenvolvida entre 1905 e 1918 pelo educador espírita Eurípedes Barsanulfo, em Sacramento (MG).

Como já falamos antes aqui, a Evangelização de Espíritos é uma ferramenta metodológica desenvolvida sob a inspiração do próprio missionário sacramentano e sua equipe de trabalho espiritual, que se propõe a auxiliar o Espírito encarnado a se perceber cada vez como Ser Espiritual que veio à Terra com propósitos específicos dentro do campo da educação do pensamento, do sentimento e da vontade.

E, se como afirma o Assistente Calderaro a André Luiz, em No Mundo Maior, ninguém pode ensinar caminhos que não haja percorrido, o Espírito que assume o papel de evangelizador de Espíritos assume, antes de tudo, um compromisso consigo mesmo de aperfeiçoamento cotidiano dos pensamentos doentes, da vontade frágil e dos sentimentos nublados pelas sensações materiais.

No caso específico do encontro, cada dupla de evangelizadores ficou responsável por apresentar aos jovens uma história exemplar de Espíritos que vivenciaram difíceis, mas profundas, transformações diante do encontro com Jesus. Os selecionados foram: Pedro, Paulo, Bartolomeu, Joana de Cusa, Maria de Nazaré e Maria Madalena.

O objetivo não era fazer relato histórico, nem ler textos biográficos sobre esses Espíritos, mas conduzir os participantes a perceberem os sentimentos envolvidos no processo de transformação de cada um desses seguidores do Cristo, de forma a que pudessem perceber também em si a necessidade de mudanças, bem como possíveis caminhos para levá-las a efeito.

Enquanto a Bruna ficou responsável pela imersão na figura de Pedro, eu optei por Maria Madalena. Vimos filmes, devoramos os Evangelhos, esmiuçamos obras como Boa Nova e Paulo e Estevão... Nos munimos de todas as informações possíveis sobre essas figuras extraordinárias, como meios para chegarmos ao fim de nos aproximar espiritualmente delas, procurando vivenciar o desafio árduo de trazer a transformação por que passaram, de alguma forma, para as nossas vidas.

O que posso dizer, sem entrar nos detalhes que só são compreensíveis por quem vivencia a experiência, é que foi um processo extremamente enriquecedor para nós! Como forma de oferecer pelo menos uma pálida impressão do que pudemos experimentar, trazemos um clip da canção A História de Madalena, letra e música do grande compositor espírita mineiro Willi de Barros, aqui interpretada de forma impressionante pela artista espírita Cacau. Foi a canção-prece com que encerramos esse que foi apenas um, dos vários momentos especialíssimos que compuseram o Encontro de Jovens...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Cia. Laboro leva a Boa Nova ao Ceará!

A companhia teatral mais tradicional do movimento espírita mineiro tem um fim de semana intensivo de trabalho pela frente. Longe das paisagens montanhosas escolhidas para receber Espíritos do quilate de Eurípedes Barsanulfo e Chico Xavier, a Laboro vai desenvolver, pela primeira vez, sua missão de difundir a Mensagem do Cristo no Nordeste do Brasil. Mais especificamente, na terra quente e banhada pelo mar que acolheu o não menos notável Bezerra de Menezes quase 170 anos atrás.

Em dois dias, sábado (13) e domingo (14), serão cinco apresentações em quatro casas espíritas de Fortaleza e Caucaia. No primeiro dia, o grupo apresenta o belíssimo musical infantil Porto Amor (cuja música-título pode ser ouvida no site da dupla Tim e Vanessa), às 16h, no Lar de Clara, localizado em Iparana, Caucaia. Às 20h, é a vez do Grupo Espírita Paulo e Estevão, sede Água Fria, acolher a Laboro para a encenação do espetáculo As mesas girantes.

Domingo, a Laboro enfrenta uma pequena maratona: a primeira apresentação acontece às 9h30, com Porto Amor, no Centro Espírita Francisco de Assis (CEFA), à Rua Senador Catunda, no bairro Benfica. Às 16h o infantil ganha o palco do Lar Espírita Chico Xavier, à Rua Bom Jesus, no bairro Bom Jardim. E finalmente, às 20h, a trupe encerra as atividades em solo cearense com nova apresentação de As mesas girantes no CEFA.

Ingressos e informações na Livraria Espírita Sinal Verde (3212.1092 / 3212.4268) e no Grupo Espírita Paulo e Estevão (3253.2297 / 3253.5216)

As peças

Porto Amor
Utilizando a linguagem do clown e do circo como base para o desenvolvimento da encenação, os corações infantis são levados aos bastidores e ensaios de um grupo de atores adolescentes que preparam uma peça teatral. Durante o ensaio muitas surpresas vão acontecendo e o público vai tornando-se parte fundamental no processo de construção. Com música, cor, alegria os ensinamentos evangélicos e doutrinários penetram nos corações infantis reiterando o pedido do Cristo "deixai vir a mim as criancinhas".

As mesas girantes
Primeiro espetáculo produzido pela Companhia. Em cena uma trupe que relata as manifestações das mesas girantes, ocorridas no século XIX e que constituem, como se refere Allan Kardec, no ponto de partida da Doutrina Espírita. A música cantada ao vivo vem embelezar as histórias narradas em composições dos próprios atores e outras já conhecidas dentro do movimento espírita. Com leveza e muito bom humor, o espetáculo busca despertar o interesse sobre fatos que marcaram o início de uma nova fase para a humanidade: os desencarnados comunicando-se com os encarnados.

Abaixo, você confere um vídeo do 7º Fórum Nacional de Arte Espírita com pequenos trechos do aplaudidíssimo espetáculo As mesas girantes.

domingo, 7 de novembro de 2010

Que tal começar em nós?

Depois de quase dois meses de silêncio, voltamos ao trabalho!

A nova cara do blog diz muito do que queremos que esse espaço seja daqui para a frente: um ambiente virtual de reflexões, cujos textos, vídeos e imagens sejam capazes de estimular no Espírito a elevação do pensamento e o desabrochar do sentimento. A Arte já não é mais fim e sim meio para se chegar a novas experiências e percepções sobre nosso papel diante da Vida.

Para coroar esse recomeço, trazemos uma canção gravada em 2007 pelos integrantes do antigo grupo Estradas, à época já extinto, de Belo Horizonte (MG). O Estradas marcou época no meio espírita mineiro pela qualidade técnica e, principalmente, pela riqueza espiritual de seu trabalho, que acabou sendo interrompido antes de ser registrado em CD próprio.

Por isso, as gravações presentes no Comebh 25 Anos, primeiro DVD de música espírita produzido no país, têm um caráter especial de resgate, pelo menos parcial, desse trabalho extraordinário. A canção que se segue abaixo chama-se Nova Era. Como todas as composições que conhecemos de Willi de Barros (Uma Prece, Para sempre em meu coração, A História de Madalena, Encontro etc), é de uma beleza e de uma profundidade marcantes!

Um convite a aceitarmos plenamente o chamado que Jesus nos faz há milênios para uma Vida Nova, baseada na Fraternidade, na Caridade e na Abnegação. Assumamos o compromisso de edificar em nós mesmos uma Era Nova e a Nova Era há de surgir irremediavelmente no mundo...



PS: Agradecimentos especialíssimos ao nosso irmão Denis Soares por disponibilizar essa canção no YouTube e indicá-la no seu blog Viajante do Universo!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um filme que fala ao Espírito...

E finalmente saiu Nosso Lar, o Filme, longa-metragem que criou tanta expectativa quanto (ou até mais do que) a película sobre Chico Xavier! Isso porque, além de ser baseado em uma das obras basilares do espiritismo no Brasil, a obra de Wagner de Assis tinha pela frente o desafio de traduzir em som e imagem um mundo espiritual rico em detalhes e difícil de se visualizar ainda hoje, mesmo para muitos espíritas.


Para tanto, o projeto contou com o orçamento mais caro da história do cinema nacional - R$20 milhões - e efeitos especiais desenvolvidos no Canadá, por uma equipe experiente, com filmes holywoodianos no currículo.

Mas, na minha modesta opinião, o maior desafio de Nosso Lar, o Filme, era transformar o enredo extramemente didático e expositivo de Nosso Lar, o livro, em uma história envolvente, capaz de prender a atenção de um espectador mais interessado em assisitr a um bom filme do que em aprender espiritismo.


Nesse sentido, fiquei satisfeito com o trabalho que assisti ontem no cinema. Nada de arrebatador, extasiante ou especialmente emocionante. Mas uma história verossímil, com personagens humanos, cheios de conflitos e dispostos a superarem as próprias limitações.

Se a proposta da obra literária é "conheça o mundo espiritual pelos olhos de um recém-desencarnado", a versão audiovisual põe em primeiro plano o drama da queda e da redenção de um Espírito que, como a maior parte de nós, viveu no mundo segundo as regras do mundo. Um Filho de Deus que ainda tem uma longa estrada pela frente até ser capaz de deixar que o próprio ego seja ofuscado pela Luz Imperecível da Divindade. E que enfrentou, no retorno à Vida Real, as dificuldades próprias de quem transita nessa condição.


À Direção de Arte e de Fotografia coube o papel de emoldurar com magia e beleza essa história tão espiritual quanto humana. E não posso negar minha satisfação com o resultado obtido. Um filme de belas imagens, de cenários caprichados, capazes de transportar nosso pensamento, ao longo de quase horas, para esferas mais amplas, mais altas do que aquelas a que nos acostumamos, e a que a grande maioria dos filmes produzidos hoje parecem fazer questão de nos manter presos...

Merecem ainda referência: a boa adaptação das falas originais para a boca dos personagens, capaz de manter os sentidos originais sem incorrer no típico erro da transcrição literal de textos que caem bem em livros, mas ficam morosos e cansativos na tela; o desempenho do ator Fernando Alves Pinto, que deu vida a um Lísias mais profundo do que quase todos os outros personagens do filme; e a opção do diretor/roteirista por inserir novos conflitos e aprofundar outros já existentes na trama original, de forma a dar mais vigor e consistência dramática ao longa.


Como disse antes, é possível que Nosso Lar, o Filme não entre para o hall da fama das obras-primas do cinema nacional. Mas, mesmo que não faça jus a estatueta dourada nenhuma, ele cumpre com maestria a função de falar ao Espírito com clareza talvez inédita no cinema. Sem metáforas, duplos sentidos ou mensagens subliminares. Atinge a alma em trânsito na Terra pela via racional, através do texto, e pela via sensorial, através da imagem e do som. Ajuda, por fim, o Espírito reencarnado a se aproximar como nunca da realidade de onde veio e que o aguarda irremediavelmente para colher a safra da colheita que realizou por aqui...

João Romário

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Kardec e o autor d'O Mundo de Sofia

O escritor norueguês Jostein Gaarder é um velho conhecido do mercado internacional de best-sellers. Desde o início dos anos 90, quando lançou o clássico Sofies verden (ou O Mundo de Sofia), Gaarder tem se especializado em desenvolver narrativas profundamente humanas com forte influência da Filosofia. Histórias reflexivas, introspectivas, mas capazes de conquistar dezenas de milhões de leitores em todo o mundo.
Em 2008, veio a público o trabalho mais recente, Slottet i Pyreneene, que está sendo lançado agora em agosto no Brasil sob o título O Castelo dos Pirineus. O enredo trata de um ex-casal de namorados que se "reencontra" virtualmente 30 anos após o rompimento, dando início a uma troca de e-mails que revela uma incrível divergência entre as percepções de cada um sobre o antigo relacionamento e os motivos da separação.

Até aí, nada de novo. O que nos chamou a atenção foi o fato de os personagens terem sido escolhidos para representar o eterno embate entre razão e fé, ciência e espiritualidade. Isso porque Steinn, físico e meteorologista, é um racionalista de carteirinha, enquanto Solrun, professora e tradutora, uma espiritualista convicta. O detalhe é que Solrun, mais especificamente, é espírita, leitora assídua do Livro dos Espíritos.

Em uma série de entrevistas concedidas a jornais e TVs brasileiros, Gaarder revela que se debruçou detidamente sobre a obra fundamental da Doutrina Espírita para compor a personagem. E garante que ao longo do trabalho de elaboração d'O Castelo dos Pirineus, reviu seu próprio ceticismo pessoal sob a influência do diálogo com o trabalho de Allan Kardec, como se vê nesse vídeo gravado no último fim de semana durante a 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Evangelização de Espíritos


Falávamos na semana passada sobre nossa vivência na Terra de Ismael, instituição espírita paulista dedicada à Evangelização de Espíritos, com foco na educação pelo contato com a natureza. Acreditamos que esta última parte, a da natureza, tenha ficado razoavelmente clara. Ou, pelo menos, tão clara quanto possível para quem não viveu pessoalmente o processo.

Mas, o que é exatamente a Evangelização de Espíritos? Aqui, mais uma vez, vamos falar de nossas próprias experiências. Afinal, sobre o que podemos falar com propriedade senão sobre aquilo que vivemos? 

Pois bem: se no domingo (18)  à noite retornávamos a Belo Horizonte, vindos de Jardinópolis (SP), na sexta-feira seguinte (23) tomávamos novamente a estrada para outros quase 500 quilômetros de viagem. Desta vez, o destino era o município de Sacramento, no Triângulo Mineiro, célebre berço do educador espírita Eurípedes Barsanulfo e do Colégio Allan Kardec, a primeira escola espírita do Brasil, onde já havíamos estado em novembro do ano passado.

Chegamos à antiga sede do Colégio, que hoje abriga o Grupo Espírita Esperança e Caridade, a tempo de assistir à palestra de abertura do 42º Encontro de Evangelização de Espíritos promovido pela instituição. Tanto o evento, que acontece a cada 6 meses, quanto a exposição inicial tiveram como tema Evangelização de Espíritos: um método profilático para combater os males do Espírito.

Ao longo de pouco mais de uma hora, Alzira Bessa Amui falou para mais de 300 evangelizadores e interessados sobre o caráter essencialmente auto-educativo dessa metodologia, que tem na percepção permanente de si como Espírito em trânsito na Escola da Terra a base de sua proposta. Em suma, ser evangelizador exige do Espírito, antes de tudo, viver como um evangelizando, sempre disposto a aprender e servir.

No dia seguinte, passamos o dia inteiro na turma dos iniciantes, já que era nossa primeira participação nesse encontro. Foram quatro módulos de estudo: 1) A Evangelização de Espíritos; 2) os Recursos utilizados na Evangelização; 3) os Atributos do Espírito; e 4) Planejamento Reencarnatório.

O primeiro módulo nos ofereceu uma visão geral da Evangelização como uma metodologia absolutamente calcada na Codificação Kardequiana e nas obras de André Luiz e Emmanuel, que dá continuidade ao trabalho revolucionário desenvolvido por Eurípedes Barsanulfo no início do século XX e se desenvolve hoje sob a orientação espiritual do próprio educador mineiro

Como proposta metodológica, ela procura instrumentalizar o espírita com recursos específicos capazes de estimulá-lo a, mais do que acreditar que é um Espírito, permitir-se viver como um, atento às próprias criações mentais e aos sentimentos que experimenta. Sempre focado no autoconhecimento e na importância de refletir sobre o conhecimento que adquire, de forma a traduzi-lo sistematicamente em alimento para a alma, em base sólida para a elevação do pensamento e para a depuração dos sentimentos.

Os recursos para isso? De modo geral, velhos conhecidos de todos nós: a palavra, a reflexão, a arte, a assistência fraterna e o contato com a natureza. A diferença está na percepção de si e dos educandos como Espíritos dotados de uma bagagem inestimável de experiências pessoais que demandam mais o estímulo para o Bem do que a tradicional doutrinação verbal.

Assim, cabe ao evangelizador falar com clareza e simplicidade dos conteúdos a que se propõe, sempre procurando estimular a reflexão, a apropriação do conhecimento pelos evangelizandos em prol de seu crescimento como Espíritos. A meta de toda informação compartilhada é suscitar reflexão capaz de fomentar a renovação dos sentimentos que vibram na alma. Para tanto, o uso refletido e sentido dos recursos de que falamos é determinante.

Naturalmente, para que o evangelizador possa desenvolver um processo educativo eficiente ele precisa saber reconhecer em si, em suas tendências profundas e seus anseios mais íntimos, as pistas para a compreensão do próprio planejamento reencarnatório. Uma vez experimentado nesse processo, que tende a ser longo, mas extremamente enriquecedor, ele pode se entregar à tarefa de sondar quais as lições mais prementes que os seus Espíritos evangelizandos vieram aprender neste mundo e, por tabela, qual a melhor contribuição que tem a oferecer para para a realização dos objetivos existenciais deles.

Bom, o texto já tá enorme pros padrões do nosso blog, então, ficamos por aqui! E olha que isso é apenas um breve resumo do que temos aprendido ao longo desse últimos dez meses de engajamento crescente no Grupo Espírita Paz e Harmonia, em Belo Horizonte, casa criada há 7 anos com o objetivo de aplicar em todas as suas atividades a Evangelização de Espíritos. A visita a Sacramento só nos ajudou a sistematizar na mente a lógica por trás das mudanças profundas que temos sentido na alma graças a essa oportunidade bendita de rever conceitos e repensar posturas que Jesus nos tem oferecido por aqui...



Daqui para a frente, tem muito mais sobre o tema no blog Espírito de Arte!

Romário

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Bastou uma prece sincera...

Ah, como é difícil seguir pelo caminho da consciência reta e das atitudes nobres nessa vida! Se ainda não somos exatamente "almas luminosas", o meio à nossa volta também não é lá de grande ajuda quando o assunto é estímulo à elevação. Não que ele não seja a escola bendita em que nos matriculamos para ir lapidando pouco a pouca a nossa pedra bruta. É só que entre nos servir ao aprimoramento e nos estimular ao bem vai uma lacuna enorme...

Dialogando um pouco com o Mestre, é como se vivêssemos permanentemente diante da própria porta larga. Olhando de fora pra dentro, enxergamos tanta coisa interessante que muitas vezes parece até sem sentido não atravessá-la aqui e acolá... Por outro lado, lá no cantinho do nosso olho, minguada, cinzenta, tem sempre aquela velha porta estreita. Pequena a ponto de nos deixar em dúvida se conseguimos passar ou não, o que ela nos permite entrever numa rápida olhadela é o par de olhos mais luminosos que jamais encontramos.

O problema é que essa não é uma luminosidade qualquer. Só conseguimos percebê-la na razão direta da nossa própria capacidade de fazer brilhar a Luz Imperecível que trazemos guardada na alma. E se nós ainda não somos exatamente "almas luminosas", o Alto é repleto delas, sempre dispostas a nos ajudar quando o assunto é vontade de se elevar!

E quando essa vontade é ardente e sincera, como se vê no belíssimo vídeo abaixo, a ajuda é imediata!

terça-feira, 27 de julho de 2010

A Natureza na Educação do Espírito

Nesse mês de julho, enquanto a ala cearense do Espírito de Arte investiu nos encontros do IAP!, a ala mineira se concentrou na busca por aperfeiçoamento no campo da Educação do Espírito. Ação de lá, capacitação de cá, sempre convergindo para os mesmos objetivos pedagógicos e espirituais.


No último dia 16, pegamos a estrada para o município paulista de Jardinópolis, vizinho a Ribeirão Preto. Nosso destino foi um sítio encantador no distrito de Jurecê, onde funciona a Casa Espírita Terra de Ismael. Hospedados na casa da Vó Carmem, trabalhadora espírita com décadas de serviço à causa do Bem, pudemos passar por uma imersão total na atmosfera abençoada daquele local.

A Terra de Ismael se materializou neste lado da Vida em 1996 com o objetivo de promover entre seus integrantes e divulgar para os interessados uma metodologia pedagógica conhecida como Evangelização de Espíritos. Como uma proposta pertencente ao domínio da Pedagogia Espírita, a Evangelização tem na educação pelo contato com a natureza um de seus recursos mais importantes.

E foi justamente para nos aprofundar nas possibilidades educativas deste recurso que nós fomos até lá. É que a cada quatro meses, a casa promove um encontro conhecido como Xarope, no qual trabalhadores espíritas de várias cidades se reúnem para ajudar na produção de remédios fitoterápicos, multimisturas, temperos aromáticos e outros compostos produzidos regularmente pela Terra de Ismael.

Olhando de fora, o trabalho dos voluntários consiste basicamente em despetalar flores, picar folhas, separar ramos e lavar raízes até que se atinjam as quantidade exigidas para cada componente, dentro da respectiva receita. Mas o trabalho verdadeiro - aquele em que o contato com a natureza se revela um poderoso recurso pedagógico - é o de concentração, reflexão e elevação do pensamento a que somos todos estimulados durante todo o procedimento.

Produzir xaropes e compostos terapêuticos que serão receitados por médicos voluntários a centenas de pessoas carentes é de uma relevância que não poderia ser posta em dúvida. Porém, esse propósito nada mais é do que o resultado mensurável de um processo muito mais rico, sutil e espiritualmente transformador.

Afinal, é sob a proteção dos Bons Espíritos invocados pela prece sincera que o trabalho se desenvolve. Uma influência que potencializa a capacidade de sensibilização da música espírita executada ao vivo nos locais de trabalho. Com isso, cria-se o estímulo ideal para que os Espírito encarnados envolvidos por horas a fio com a manipulação de vegetais possam se transformar à medida que elaboram compostos naturais capazes de restaurar a vitalidade aos doentes.

A prova de que funciona? Além do estado de espírito sereno que nos dominou por muitos dias, a Bruna, que sempre foi de apartamento e chão limpinho já está sonhando com uma casinha com horta e jardim para os próximos anos! As plantinhas aqui do nosso apartamento já ganharam cuidados redobrados e nós estamos pesquisando as melhores soluções para criar uma horta em apartamento...


Além disso, o PH2, projeto do Grupo Espírita Paz e Harmonia (nossa segunda casa!) dedicado à educação pela natureza, ganhou definitivamente dois novos trabalhadores convictos e dispostos a servir! Em setembro, voltamos à Terra de Ismael para continuar a aprender e nos reabastecer.

Romário Fernandes 

terça-feira, 20 de julho de 2010

Encontro de Arte Espírita do Irmão Leite

Quase um ano atrás, o Espírito de Arte subia ao palco do 6º Encontro de Arte Espírita do Centro Espírita  Irmão Leite, em Fortaleza, para apresentar seu primeiro show, o Retalhos. Agora, no próximo sábado, dia 24, o 7º Encontro de Arte dessa casa que nos é tão querida reúne alguns dos pioneiros da Arte Espírita cearense.

O Grupo LEMA apresenta o clássico Tudo o que você queria saber sobre mediunidade e nunca teve coragem de perguntar, seguido por Tarcísio Lima e pelo Grupo AME, com o show Intimidade Espírita (aqui você confere uma palhinha do espetáculo). Além disso, o evento abre espaço para participação especial de Luís Araújo.

A programação é gratuita e acontece no Centro Espírita Irmão Leite (Rua Carapinima, 2380, vizinho ao Hospital Nosso Lar e próximo ao Shopping Benfica) das 17h30 às 20h30. Maiores informações com Aparecida (8886-1558) ou Aristides (8853-2850).

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dois IAP! em um

Nossas duas últimas experiências com o IAP!, neste mês de julho, aconteceram na Mocidade Espírita Paulo e Estevão, nossa querida MEPE!

O primeiro  foi no último dia 4, na turma da tarde da mocidade. Iniciamos com uma breve dinâmica de apresentação para conhecermos rapidamente aqueles adolescentes com os quais passaríamos uma tarde de música. Em seguida, tocamos algumas de nossas canções para, a partir delas, estimular algumas reflexões.

As músicas escolhidas foram Deixa o tempo passar, Seja Diferente, Reencarnação Um novo começo. A partir da segunda, distribuímos nossos instrumentos de percussão para que os jovens pudessem compor junto conosco as músicas, formando uma harmonia bem intensa. No encerramento, fizemos uma vivência ao som da música Em laços sobre “O que é ser jovem espírita?”.

Assim, cada um foi convidado a escrever uma palavra que respondesse essa pergunta e a colasse no peito. Depois, pedimos que, ao som da música, eles levantassem e começassem a observar a palavra dos companheiros. Ao fim, embalados pela canção, formamos uma grande roda e encerramos o encontro em forma de prece.

O segundo IAP! aconteceu ontem (18), com a turma da MEPE da manhã. Como de costume, chegamos mais cedo no local para arrumar os equipamentos e preparar o ambiente. Mas qual não foi a nossa surpresa ao descobrir que, antes da abertura da mocidade, havia a abertura dos trabalhos da evangelização infantil. De repente, nos vimos rodeados por várias crianças com olhinhos curiosos para nos ouvir tocar.

Embora não tendo um repertório voltado para o público infantil, não podíamos dispensar aquele momento. Então, recorremos às músicas do Grupo BEM e rapidamente preparamos Dona Morte e Eu sou um espírito para tocar. As crianças vibraram com as músicas e abrilhantaram nossa apresentação com energia e alegria.

Passada essa primeira injeção de força, os jovens da MEPE entraram no salão e iniciamos o encontro planejado. Repetimos a mesma apresentação inicial feita na turma da tarde e tocamos algumas músicas. Desta vez, o repertório foi: Dona Morte (Grupo BEM), Hydesville (incrivelmente cantado pela nossa guitarrista Svetlana, testando seus novos talentos), Seja Diferente (GAN) e Reencarnação (Grupo BEM).

A interação dos adolescentes com as músicas foi bastante fluida e dinâmica. Vale ressaltar a participação dos monitores, bastante envolvidos por este momento! Ao final, propusemos mais uma vivência ao som de Em Laços. Dessa vez, formamos um grande círculo e refletimos a respeito de nosso papel enquanto jovens espíritas e terminamos o momento com uma sensação gostosa de alegria.

Mais uma vez percebemos que o IAP! é uma ferramenta valiosíssima de sensibilização e trabalho espírita. O que nos deixa bastante felizes, pois somos constantemente alimentados em cada experiência dessas!

Natália Dantas

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Família espírita em reportagem da Globo

Os laços de família não são destruídos pela reencarnação, como pensam certas pessoas. Pelo contrário, são fortalecidos e reapertados. O princípio oposto é que os destrói.
A afirmação firme e decidida feita por Allan Kardec no Capítulo IV do Evangelho Segundo o Espiritismo se baseia nas conseqüências lógicas do princípio da reencarnação. A idéia de que estamos aqui de passagem, vindos de algum lugar e a caminho de outros tantos, traz embutido o senso de continuidade da vida.

Entre o nascimento e a morte, vivemos tão somente uma etapa da Existência. Um momento que reflete os anteriores, vai influenciar os seguintes e exige, por isso mesmo, atenção e responsabilidade por cada ato praticado.

Ora, a família nada mais é do que uma das inúmeras experiências a que somos convidados por Deus, para crescer e aprender com as diferenças. Experiência educativa, sim, difícil, às vezes, mas sempre profundamente afetiva.

E os afetos reais, os laços da alma, são tesouros espirituais, posses de fato e de direito de cada Filho de Deus. Riquezas forjados na carne, mas marcadas no Espírito, que se prolongam indefinidamente na Eternidade.

O que o vídeo abaixo retrata é uma família consciente dessa realidade. Não negam a dor causada pela separação inesperada de uma filha/irmã, mas se permitem vivenciar este momento como um agrupamento de Espíritos afins que enfrentam juntos o afastamento temporário de um integrante.

A reportagem emocionante que se segue conta a história do retorno à Vida Espiritual da dramaturga e autora de novelas da Globo Andréa Malteroli. Sob o olhar da família, espírita como ele, que ficou na Terra.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Um banho no Oceano do Pai

Atualizado em 21/07/10 com vídeo do show!

Ontem à noite, estivemos presentes no Theatro José de Alencar para conferir o show Oceano do Pai do grupo musical espírita Gotas de Orvalho.

Para abrilhantar o início do evento, o nosso querido Tio Tarcísio, juntamente com o grupo AME, realizaram a abertura do show, cantando clássicos da música espírita, tais como O Poeta e Acreditar.

Mas a grande atração da noite foi mesmo o Gotas de Orvalho, superando as expectativas de muitos que assistiram ao espetáculo. Para aqueles que já conheciam o trabalho do grupo, eles demonstraram uma nítida evolução, tanto musical quanto teatral.

Com as poltronas do TJA praticamente lotadas, tivemos a oportunidade de apreciar um show completo, com arranjos vocais e instrumentais bem trabalhados, encenações teatrais ricas em sentimentos, sem falar, é claro, de um figurino todo especial.

Podemos dizer, sem exageros, que este foi mais um dos grandes eventos promovidos pelo movimento espírita no Ceará. Evento este que nos faz ter orgulho de dizer “sim, eu sou espírita”. Nossa esperança é que, cada vez mais, novos grupos tenham a oportunidade de realizar apresentações tão expressivas quanto esta que presenciamos.

Éder Foschiani

segunda-feira, 12 de julho de 2010

"O Poeta": uma palhinha do DVD...

Ainda não é a versão definitiva, que deve ganhar uma bela edição de imagens, dinâmica e harmoniosa com a levada única deste clássico da música espírita cearense. Mesmo assim, já dá pra sentir o gostinho do que vem por aí, quando acontecer o lançamento oficial do DVD Intimidade Espírita, do Grupo AME. Logo abaixo, você confere O Poeta, como captado pela câmera principal no dia do show, com áudio já mixado, mas ainda não masterizado. Que venha o quanto antes a versão definitiva desse belíssimo trabalho!

domingo, 4 de julho de 2010

2º Ensaio Aberto da Arte Espírita

No último sábado, dia 3, aconteceu o 2° Ensaio Aberto de Música Espírita de Fortaleza, promovido pela Coordenação de Artes da Federação Espírita do Estado do Ceará (FEEC) no Centro Espírita Missionários da Luz. O evento tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento dos trabalhos dos grupos e promover a integração dos diversos artistas espíritas da cidade.

Estiveram presentes no evento os grupos: Sonore, vinculados à MEPE, o Espírito de Arte e o Cantar é Viver, que infelizmente não pôde se apresentar. Além, é claro, do nosso irmão Aristides, o Tide, como representante da Coordenação de Arte e idealizador do evento.

Houve algumas mudanças em relação ao primeiro encontro, como por exemplo, a definição de um tempo máximo de 30 minutos para cada grupo se apresentar. Outra mudança importante foi a antecipação dos comentários da platéia para logo após a apresentação de cada grupo e não no final de todas as apresentações. Este novo formato facilitou o processo de feedback dos demais artistas.

Além das apresentações, houve também momentos de introspecção durante o encerramento. Os artistas que estavam presentes tiveram a oportunidade refletir sobre o que a arte espírita significa para si e para os outros. A vivência foi brilhantemente conduzida pela Natália, integrante do Espírito de Arte, e pela Larissa, colaboradora do Espírito de Arte e integrante do Grupo Lema.

Os próximos ensaios abertos já possuem data e local marcados, dias 14/08 e 11/09 no mesmo centro espírita. Prepare-se!!!

Éder Foschiani

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Espiritismo em Cinema e Dança

Pelo menos dois eventos de grande porte devem movimentar a Arte Espírita Nacional neste segundo semestre.
O primeiro deles é a 2ª Mostra Goiana de Cinema e Vídeo Espírita, que acontece de 23 a 25 de julho, no Cine Goiânia Ouro. O projeto é uma iniciativa do Núcleo de Audiovisual Espírita (NAVE), com apoio da Federação Espírita do Estado de Goiás e recebe inscrições até o dia 10 de julho nas seguintes categorias:
1) Videoclipe (vídeo de grupo musical com mensagem e conteúdo espírita); 2) Curta-Metragem (vídeo com temática espírita de até 20 minutos); 3) Curta Mocidade (vídeo produzido por mocidade espírita, de até 10 minutos); 4) Animação (com temática espírita, de até 20 minutos); e 5) Documentário (com temática espírita, com até 20 minutos).

A programação inclui palestra e oficina com o cineasta Oceano Vieira, debate com o dramaturgo e diretor da Abrarte Edmundo Cezar e show do grupo Oficina de Arte, além da exibição dos filmes selecionados. Maiores informações no site oficial da Mostra

O segundo evento, que deve reunir artistas espíritas de todo o país, é a
IX Mostra Espírita de Dança Oficina do Espírito, principal encontro nacional do gênero, realizado anualmente pelo Instituto de Difusão Espírita (IDE), em Araras (SP).

A Mostra acontece de 13 a 15 de novembro, na sede do IDE, com o tema Arte na Casa Espírita: Novas Formas de Ver, Nova Estética no Ser. O evento é voltado para dançarinos, coreógrafos, grupos espíritas de dança e demais artistas do movimento espírita, oferecendo estudos sobre dança e arte à luz do Espiritismo, que embasam o “fazer arte” dentro da Casa Espírita, além de oficinas de aprimoramento técnico-artístico e apresentações de dança sedimentadas no conteúdo espírita-cristão.

As noites artísticas são abertas ao público em geral da cidade de Araras e municípios vizinhos, que podem assistir gratuitamente à programação. As inscrições acontecem até o dia 30 de agosto, limitadas a 180 participantesMais informações no site oficial do evento

Dentro da Mostra, acontece ainda o II Curso de Coreógrafos Espíritas, com o tema Dançando com a Alma: O Trabalho do Coreógrafo no Grupo Espírita. O projeto oferece uma visão geral da Dança sob a ótica espírita, apresentando subsídios teórico-prático para a composição coreográfica. São apenas 15 vagas, com inscrições que se encerram no dia 3 agosto. A prioridade é para quem já atua em Dança Espírita como coreógrafo. Integrantes de grupos e pessoas que desejam criar grupos de dança também têm preferência. O regulamento pode ser lido aqui.

Em outubro acontece ainda a Semana Nacional de Arte Espírita, que deve movimentar simultaneamente várias cidades em todas as regiões do país. Mas sobre esse mega-evento trataremos oportunamente...

domingo, 13 de junho de 2010

Hydesville e NovaMente no Fórum

Só pra complementar o registro da participação do Espírito de Arte no Fórum Nacional de Arte Espírita, colocamos aqui mais dois vídeos: o primeiro traz a canção NovaMente, composta pela ala mineira do grupo no começo deste ano e interpretada pela primeira vez pelo Espírito de Arte inteiro.

É uma prece, nascida sob influência de leituras como o Bhagavad-Gita e o Evangelho segundo o Espiritismo. A letra, em especial, brotou após uma leitura do texto O Homem de Bem, feita na manhã do dia 1º de janeiro. A harmonia simples ganhou toques especiais com o arranjo de escaleta, de Paula Jucá, os efeitos percussivos de Éder Rodrigues e a performance de Larissa Bezerra.



Ah, se eu pudesse amar
Com a mesma força
Que eu quero vencer
E se eu quisesse doar
Com a mesma garra
Que ajo para ter

Me permitisse Ser
Aqui e agora
Pleno como ao sonhar

Ah, se eu tentasse fazer
Com a mesma ânsia
Que faz desejar
Se conseguisse crer
Com a certeza
Que sinto ao tocar

Deixasse transbordar
A capa passo
Deus em meu próprio Ser

E a segunda é um velho e conhecido clássico da música espírita: Hydesville. Com um detalhe: além da versão original, em português, cantamos ainda em inglês e italiano, letras compostas em parceria com falantes nativos das línguas! A versão em japonês pedida pelo público fica para o 8º Fórum...



Let me tell you right now an interesting story
That happened in Hydesville
In a very old house, that were quite intriguing noises
That upset the Protestant Fox
At first, they thought it would be the devil
But soon the reality came out

In Hydesville
Hydesville
Once upon in Hydesville

Le sorelle Fox, impaurite, cominciaron a investigare
E con i colpi si misero a parlare
E ogni domanda aveva sempre
Una pronta risposta
Era uno Spirito che si comunicava!

Comunicazione spirituale
Comunicazione spirituale
A provare l'immortalità

(English: Anthony Baldwin & Romário Fernandes ; Italiano: Marco Alessio & Romário Fernandes)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Novas

Espírito de Arte no Fórum Nacional de Arte Espírita

Depois de mais de duas semanas de silêncio, voltamos à ativa com a alma renovada e convicção ainda mais firme sobre o papel da Arte para a Realização do Espírito. No feriadão que acaba de passar, o grupo quase inteiro, alas mineira e cearense, teve a oportunidade de vivenciar o 7º Fórum Nacional de Arte Espírita, em Pedro Leopoldo (MG) .

A experiência foi absolutamente marcante para cada um de nós. Em termos de divulgação e visibilidade do grupo também, mas, principalmente, em termos de confraternização com outros Espíritos irmãos, de redescoberta do compromisso com a própria transformação interior e de percepção sobre o trabalho que nos propomos a desenvolver.

Quanto às resoluções de grupo, certamente o IAP!, nosso projeto de sensibilização, bate-papo e troca de experiências com grupos que estão começando na Arte Espírita saiu profundamente reforçado, graças às excelentes contribuições prática e teóricas que a experiência do Fórum nos proporcionou.

Além disso, a vibração da terra de Chico Xavier, somada à sensibilidade de dezenas de Espíritos afinizados pelo ideal da Arte com o Cristo nos ajudou a construir um dos momentos mais sublimes que já vivemos, como grupo, sobre um palco até hoje. Justamente por nos sentirmos mais em casa do que sob holofotes quaisquer, partilhando com irmãos um pouco daquilo que pudemos sentir, viver e aprender nos últimos anos.

Dessa magnífica partilha é que destacamos dois vídeos, de músicas nunca antes registradas aqui no blog. Ambas são composições de Suzidali Holanda, com arranjos do Espírito de Arte. A primeira se chama Em Laços e a segunda, Mistérios dessa Vida.


Em Laços

Eu sei
Que o tempo não volta atrás
Então,
Deixa pelo menos eu pedir perdão
Por não achar que um dia voltará
A ser o meu irmão

Lá lá iá,
Lá, lá, iá

Sinta o amor
Que invade o corpo inteiro
O meu e o seu
Sementes de vida a se levantar
Para um mundo novo a brilhar

Lá lá iá,
Lá, lá, iá

Vê essas mãos
Todas juntas formam laços de união
Leve para junto do seu coração
Cante bem mais forte esta canção

Lá lá iá,
Lá, lá, iá

Cante esta canção,
Pense no irmão,
Paz e amor no coração.


Mistérios Dessa Vida

Eu não quero fazer coisas que eu nunca fiz
Eu só quero é acordar fazer o que sempre fiz
E falar pra todo mundo o quanto eu chorei
Eu quero é falar com você

Não preciso de ninguém para me convencer
Eu não quero essas flores no meu funeral
Num descaso meu não percebi que era tarde para mim

Meu lamento agora é particular
Sinto falta dos que moram no meu coração
Quando penso dá vontade de gritar, gritar, gritar...

De repente, algo mágico me decifrou
E uma música do alto me resgatou
E do lado percebi os mistérios dessa vida
Vivida em outros corpos meus
Adeus, adeus, adeus...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Espiritualidade como nunca antes se viu na TV

Se você é um entre as dezenas de milhões de cidadãos deste mundo que já tiveram o privilégio de acompanhar Lost, a série de TV mais notável produzida em muitos e muitos anos, certamente tem pelo menos uma idéia do que estou falando.

Talvez você tenha abandonado o barco (ou seria a ilha?) pelo meio do caminho quando os Outros entraram de vez na jogada, ou quando a Relatividade do Tempo passou a integrar organicamente o enredo ou ainda quando percebeu que boa parte dos mil mistérios levantados ao longo desses seis anos, definitivamente, não seriam "solucionados" na trama...

Se você se encaixa em alguma das categorias de "desertores" ou se é alguém que nunca se interessou por acompanhar a história do avião que caiu na ilha-das-coisas-estranha, permita-me a franqueza: você não sabe o que está perdendo!!! Não faz idéia da conclusão profundamente inspirada e, em todos os sentidos, transcendental, com que os produtores Damon Lindelof e Carlton Cuse coroaram o enredo mais debatido da década.

Naturalmente, para apreciá-lo em toda a sua magnitude, é preciso, mais que entender, sentir aquilo que realmente fez da trama algo cativante e arrebatador: Lost sempre foi uma história sobre pessoas em  busca de algo. Inicialmente de serem resgatadas da ilha deserta onde caíram, depois de sobreviverem em condições precárias enquanto aguardavam resgate, depois de descobrir o que era uma certa "escotilha" hermeticamente fechada no meio da floresta, depois de salvar o mundo ao digitar uma senha num computador dos anos 70, depois de lidar com os outros habitantes da ilha, depois de fazer contato com uma certa fragata, depois de retornar ao ponto de partida...

Em outras palavras, Lost é uma profunda metáfora da condição humana. Afinal de contas, o que dá sentido ao mundo senão a nossa incansável busca por alguma coisa? Desde que chegamos a estas paragens, nosso anseio por viver, conquistar, crescer, ganhar, superar e entender sempre foi o móvel das grandes transformações por que ele passou.

Ao longo da caminhada, a gente criou, inventou, estudou, pesquisou, propôs hipóteses, criou teorias. Não porque essas coisas fossem essenciais por si, mas, antes de tudo, para satisfazer nossa própria necessidade de encontrar sentido para as coisas que nos cercam.

Dessa forma, não foi à toa que os mistérios e a mitologia ganharam corpo na trama de Lost. Eles são elementos sempre presentes na jornada humana. Mas, assim como na vida, no enredo da série eles nunca foram mais do que acessórios para a história que realmente importa: a da nossa busca por realização.

Realização que passa necessariamente por dores, lutas, lágrimas e incompreensão. Mas que, mais cedo ou mais tarde, chega sempre a um fim, no qual poderemos olhar para trás e dizer: "Valeu a pena!", enquanto confraternizamos com as pessoas cujas lutas, derrotas e vitórias se tornaram parte essencial de nossa própria caminhada.


Será aqui ou agora que esse momento virá? Muito provavelmente não. Porque este é apenas o palco dos nossos primeiros dramas, a escola das lições primárias para a Vida Plena a que estamos todos destinados.
Só além das limitações do espaço e do tempo, das restrições do nosso ego, das imposições do nosso apego é que encontraremos esse algo que sempre nos moveu à busca. E então, quando o momento chegar, finalmente será hora... de seguir em frente.



PS: Eu não poderia deixar de reverenciar, nesse "momento derradeiro", o Davi Garcia e a Juliana Ramanzini, editores do blog Dude We Are Lost, pela dedicação, pelo empenho e pela forma tão especial de tratar da série ao longo desses anos. Muito obrigado, pessoal!

Romário Fernandes

terça-feira, 18 de maio de 2010

Bastidores do primeiro curta espírita...

Nesse fim de semana, a ala mineira do Espírito de Arte teve a honra de participar do primeiro curta-metragem "pra valer" gravado por alunos e professores do Curso de Cinema Espírita de Belo Horizonte. Foram dois dias de muito trabalho, poucas horas de sono, mas uma excelente sensação de dever cumprido! Pelo menos em parte, já que ainda precisamos gravar algumas cenas e, depois, nos debruçar sobre o longo trabalho de edição, montagem, tratamento de som, adição de trilha e coisas do gênero.

O certo é que a experiência concreta de estar no set acompanhando os detalhes de fotografia, produção, figurino, fotografia e arte foi apaixonante! Desde a preparação do espaço físico para as filmagens, passando pelo trabalho de maquiagem e figurino dos atores, até a preocupação com captação de som e imagem, tudo é realmente encantador.

Filmamos em duas paradas de ônibus diferentes, numa praça, na porta de um centro espírita, no pátio e no elevador de um shopping aberto. Ah, e também num estúdio. Cada locação exigia cuidados diferentes com arrumação, luz e interferências externas. E cada cena ganhava um significado especial quando vista pelo visor da câmera. Algo que pude constatar diversas vezes, enquanto atuava como 2º Assistente de Câmera, além de batedor de claquete e figurante eventual. A Bruna não ficou de fora, e acabou fazendo uma ponta também.

O curta chama-se Além da Fome, com argumento real de Sheila Corradi e roteiro de Aléxia Moreira, revisado e dirigido por Thiago Franklin. Pelo que já deu pra ver das imagens, captadas em equipamentos de alta qualidade, somadas à interpretação precisa de Daniela Tonidândel (Cia. Laboro), Guto Guerra e cia, acho que a temporada de produções desse projeto começa com o pé direito!

Romário Fernandes