Vontade de Viver
Sabe quando brota uma alegria intensa da alma? Quando tudo parece claro, o caminho fica nítido e você só precisa ir lá, fazer o que precisa ser feito? Foi mais ou menos assim que surgiu a letra da primeira composição autoral do Espírito de Arte. A Paulinha nos apresentou a melodia, identificada simplesmente como "o xote" e eu fiquei encarregado de "letrificá-la". Comecei com alguns rabiscos, mas o norte só surgiu mesmo com o primeiro verso, que trouxe a deixa para todo o resto.
Gosto particularmente do refrão, que contou com a colaboração do Allan. Só conseguia fazer até "dou uma flor pro mundo inteiro". Depois não vinha mais. E eis que num ensaio de domingo, dia 18 de janeiro, ficamos cantando o que já havia, junto com a melodia gravada, até sair o "cheiro de perfume e de canção"!
Com triângulo, rebolo, escaleta, violão, baixo e guitarra, além de um arranjo vocal que contou com a ajuda especialíssima de nossa integrante honorária Regina Kinjo, essa é uma música de trabalho do Espírito de Arte, junto com Deixa o Tempo Passar.
Romário Fernandes
Deixa o Tempo Passar
A música é fruto dos meus constantes questionamentos sobre por que sofremos tanto, atravessamos problemas... É certo que esquecemos tudo das vidas pretéritas, e que anteriormente não tínhamos o conhecimento que temos hoje, mas muitas das nossas imperfeições continuam a nos seguir, por não sabermos superá-las.
Logo no início, a letra ressalta um certo rancor, por não aceitar a necessidade de reparar os erros. É mais cômodo ficar no limbo do que tentar evoluir, talvez por medo de voltar a sofrer mais do que já se sofreu. Essa música "chegou", então, aliviando meu coração no momento de reflexão, e mostrando que não devemos ter medo de viver.
Suzidali Holanda
Vida em Mim
Essa melodia, também da Paula Jucá, pedia uma letra à altura! Densa, intensa e tocante. Das quatro que ela nos mostrou, ainda no final de 2008, essa talvez tenha sido a mais impressionante. Talvez por isso tenha sido a última a ficar pronta. Sabe aquilo de ficar à espera da grande inspiração? Pois bem, eu fiquei várias semanas assim. Só então percebi de onde ela viria: de Harry Potter!
É isso mesmo! Algo me dizia que o último livro da série me traria o estado de espírito necessário para escrever a letra. Algo meio sombrio, medieval, composto de altos e baixos e arrematado pela redenção. Tiro e queda! Bastou ler Deathly Hallows, em especial o capítulo The Forest Again, para me sintonizar profundamente com a melodia! O resultado foi a balada Vida em Mim, que abarca, duma lapada só, a superação humana e a imortalidade da alma!
Fala sobre o processo de reencarnação, sobre como Deus é bom por nos dar uma nova chance de consertar os nossos erros e tentar acertar numa outra vida. Desse jeito, ela tenta trazer para as pessoas uma idéia de que a reencarnação é a forma com que Deus nos mostra seu amor de pai, por sempre nos dar uma nova oportunidade de crescer.
Larissa Rogério
O Auto da Terra do Pé Rachado
Primeiro, já estava pronta a melodia pelas mãos de nossa regente. E, seja pela nordestinidade que ela me passava, seja pela afinidade que tenho com o tema, achei que seria uma moda sertaneja perfeita.
Me passou a princípio uma tristeza de lamento por tudo que há na seca. E esse lamento tomou a melodia inteira. Mas, disseram-me os meus amigos que a música não poderia parar por aí, e eu também assim achava. Sentia que ela não havia terminado. Até porque uma música para ser espírita – temos muito essa discussão no grupo – não poderia parar em um lamento. Só que a vontade de escrevê-la para além de um lamento veio mais pela vida transbordante da própria música do que por esses argumentos de ortodoxia espírita.
Ao invés de me deter nos versículos de O Livro dos Espíritos, sentei uma tarde na casa de meu amigo querido e disse pra ele: “Devo parar aqui para escrever. Em nenhum outro canto me deixarão em paz”. Então, fui acometido por uma facilidade poética a tomar minha mão e por imagens fortes a assaltar meu Espírito, que me fizeram escrever as quatro partes que estavam faltando da música em menos de 30 minutos.
O resultado: não ouso dizer que seja minha esta obra que se lê abaixo.
Allan Denizard
O Auto da Terra do Pé Rachado
(Paula Jucá/Allan Denizard)
INTRO: Dm
PARTE I - O lamento
No calor da tarde inteira
Me despenca uma canseira
Meu Deus
Meu Deus
Nesse mar de lua cheia
Se espalhando no horizonte
Para além daquele monte
Um punhado de amigos
Tão carentes tão aflitos
Com olhos sem cor nem tom
Pai nosso
Que há?
Pai nosso
Nem consigo mais cantar
Pai nosso,
Não dá
Não posso,
Só o que faço é andar
Andar
Andar
Andar
PARTE II - A divina resposta
Eu te chamo na surdina
Meu filho, coisa mais linda
Só meu
Só meu
Ti mostro todo esse povo
Sofrendo de horrores tantos
Sangrando dos oi um pranto
Faltando fé no futuro
Sem Deus, sem força, nem muro
Pros póbi se encostar
Meu filho
Não dá
Meu filho
Nem consigo mais cantar
Meu filho
Vá lá
Ti digo
Só o que basta é amar
Amar
Amar
Amar
PARTE III - A assunção
Das estrelas do horizonte
Sou feito também da fronte
De Deus
De Deus
Vejo aqui todo o passado
Da história de minhas vidas
Em outros corpos vividas
Sofrendo nesse monturo
Trago luz para esse escuro
Pro meu povo libertar
Ti sinto
No ar
Ti sinto
O meu peito vai rachar
Ti sinto
Pulsar
Não minto
Meus irmãos hei de salvar
Salvar
Salvar
Salvar
PARTE IV - A morte do salvador
Feito um fogo bem formoso
Aquecendo nosso rosto
Viveu
Viveu
Sem ver bem como se deu
Ti vimos tal qual um Deus
Ser divino entre mortais
Das tribos dos canibais
Sofrer nos canaviais
Estirado numa cruz
Ó mestre
Não dá
Ó mestre
Eu não posso te ajudar
Ó mestre
Que há?
Faz logo
Um milagre te soltar
Não dá
Não dá
Não dá
PARTE V - A revolta dos anjos
De repente o céu se abriu
E de lá se escapuliu
Choveu
Choveu
Água e fogo em serpentina
Ouro, prata e diamante
Era velho e era infante
Falando coisas de Deus
Eram crentes e ateus
Chorando em consolação
Pai Nosso
Te vi
Pai Nosso
Não duvido mais de ti
Pai Nosso
Vivi
Tão logo
Eu passei a te sentir
Sentir
Sentir
Sentir
No calor da tarde inteira
Me despenca uma canseira
Meu Deus
Meu Deus
Nesse mar de lua cheia
Se espalhando no horizonte
Para além daquele monte
Um punhado de amigos
Tão carentes tão aflitos
Com olhos sem cor nem tom
Pai nosso
Que há?
Pai nosso
Nem consigo mais cantar
Pai nosso,
Não dá
Não posso,
Só o que faço é andar
Andar
Andar
Andar
PARTE II - A divina resposta
Eu te chamo na surdina
Meu filho, coisa mais linda
Só meu
Só meu
Ti mostro todo esse povo
Sofrendo de horrores tantos
Sangrando dos oi um pranto
Faltando fé no futuro
Sem Deus, sem força, nem muro
Pros póbi se encostar
Meu filho
Não dá
Meu filho
Nem consigo mais cantar
Meu filho
Vá lá
Ti digo
Só o que basta é amar
Amar
Amar
Amar
PARTE III - A assunção
Das estrelas do horizonte
Sou feito também da fronte
De Deus
De Deus
Vejo aqui todo o passado
Da história de minhas vidas
Em outros corpos vividas
Sofrendo nesse monturo
Trago luz para esse escuro
Pro meu povo libertar
Ti sinto
No ar
Ti sinto
O meu peito vai rachar
Ti sinto
Pulsar
Não minto
Meus irmãos hei de salvar
Salvar
Salvar
Salvar
PARTE IV - A morte do salvador
Feito um fogo bem formoso
Aquecendo nosso rosto
Viveu
Viveu
Sem ver bem como se deu
Ti vimos tal qual um Deus
Ser divino entre mortais
Das tribos dos canibais
Sofrer nos canaviais
Estirado numa cruz
Ó mestre
Não dá
Ó mestre
Eu não posso te ajudar
Ó mestre
Que há?
Faz logo
Um milagre te soltar
Não dá
Não dá
Não dá
PARTE V - A revolta dos anjos
De repente o céu se abriu
E de lá se escapuliu
Choveu
Choveu
Água e fogo em serpentina
Ouro, prata e diamante
Era velho e era infante
Falando coisas de Deus
Eram crentes e ateus
Chorando em consolação
Pai Nosso
Te vi
Pai Nosso
Não duvido mais de ti
Pai Nosso
Vivi
Tão logo
Eu passei a te sentir
Sentir
Sentir
Sentir