Naquela tarde em Jerusalém
O céu estava tão cinzento
Até o vento se escondera pra chorar
E eu também chorava amargamente
Lembrando em minha mente
Os Teus olhos
Aquela chama em Teu olhar
Os Teus olhos
De quem sabia amar
Meu coração de mulher
Muito tempo buscou o amor
Que em Ti enfim encontrei
Como viver sem você
Sem a Tua amizade, seu o Teu carinho
Naquela manhã em Jerusalém
A saudade foi maior e então
Fui em busca de Ti
Mas a pedra não estava no lugar
O sepulcro era vazio
Uma voz me chamou, então vi
Os Teus olhos
Aquela chama em Teu olhar
Os Teus olhos
De quem sabia amar
Então,
Você está aqui e tudo está em paz
Você está aqui, e tudo está em paz
Você está aqui
(...) Ele era um homem comum, que retornava do seu trabalho, quando foi abordado pelos soldados, que lhe impuseram uma tarefa áspera que, no entanto, se tornaria divina.
Do que se tratava, propriamente, aquele homem não sabia...
Que lhe aconteceria, caso não se submetesse, sequer imaginava...
Sabia, contudo, que uma força intensa e especial conduzia-o à obediência.
(...) Ninguém relata se ele se insurgiu ou não. Não há registro de uma qualquer palavra sua. Sabe-se, apenas, que foi o cireneu, que aliviou os ombros do Celeste Condenado, suportando a Sua cruz, durante algum tempo, embora constrangido.
Cirene, sem dúvida, gerou filhos importantes, em sua sociedade, mas, nenhum deles conseguiu o galardão que aquele anônimo trabalhador alcançou, ao co operar com Jesus Cristo, sem sequer conhecê-Lo, naqueles momentos de testemunho e de definição muito graves.
Pensando em Jesus e naquele que O auxiliou, nas estradas escarpadas do Gólgota, pense no ensejo que você pode ter de tornar-se um cireneu dos tempos modernos, aliviando os ombros cansados e feridos de tantos irmãos, que tentam superar as próprias dificuldades, nos mesmos caminhos em que você está.
Não se faça indiferente. Não deixe que o constrangimento o impeça de servir.
Vá e ajude. É Jesus Cristo que de você necessita, como no passado necessitou daquele homem comum.
Francisco de Paula Vitor, psicografado por J. Raul Teixeira, in Vida e Mensagem
Inicialmente, convém lembrar que nosso programa de estudos que começou em janeiro e deverá se estender até maio se baseia num olhar analítico, reflexivo e, em alguns momentos, vivencial sobre o item 3, capítulo 17, do Evangelho segundo o Espiritismo. O texto, escrito por Kardec, enumera as características do "verdadeiro homem de bem".
O que fizemos foi agrupar essas características em categorias (Benevolência, Indulgência, Autocrítica, Desapego etc), convidando cada trabalhador da casa a identificar qual destas construções íntimas do homem de bem era mais desafiadora para si, mais difícil de ser vivenciada. Feita a escolha, aqueles que selecionaram a mesma virtude foram agrupados em duplas ou trios e estimulados a conduzirem juntos os estudos sobe o tema, às quartas à noite, no Lar Espírita Chico Xavier.
Observe-se a preocupação de que os estudos fossem, antes de tudo, oportunidades-estímulos para que os trabalhadores da casa aprofundassem as reflexões sobre a dificuldade pessoal identificada, procurassem subsídios para aclarar as ideias sobre a questão na literatura espírita e dedicassem mais atenção ao enfrentamento do problema, de forma a poderem compartilhar a experiência com os demais participantes durante o estudo.
Ou seja: mesmo que não houvesse público nenhum durante a reunião, o processo em si de reflexão, estudo e vivência já teria sido suficientemente valioso para os expositores. Afinal, longe de nos pretendermos grande oradores ou profundos estudiosos do tema - ainda que todos sejamos espíritas atuantes há muitos anos -, todos os participantes deste projeto somos Espíritos que tiveram a coragem de reconhecer uma dificuldade íntima e aceitaram o desafio de tentar crescer com a ajuda de um novo estímulo!
Porém, se dentro dessa proposta o trabalho de evangelização já estaria sendo feito mesmo sem público, o que temos visto em nossos estudos é uma notável regularidade na quantidade de frequentadores desta reunião. Se no tempo das palestras havia uma enorme variação no número de participantes, que muitas vezes giravam em torno de 10, desde que a reunião passou a adotar o formato circular, em caráter participativo e com ênfase na partilha de experiências mediada pelo conhecimento espírita, dificilmente temos menos de 30 pessoas na casa.
E assim, juntos, com uma adesão inédita de trabalhadores e frequentadores, temos tido noites de grande vibração e profundas reflexões no Lar Espírita Chico Xavier. Nos próximos textos, nós vamos contar em detalhes como foram alguns estudos movidos a arte que foram desenvolvidos dentro desse projeto! Por ora, ficamos com uma singela canção do vasto repertório de Sacramento, quase todo composto por letras mediúnicas recebidas pela querida Alzira Bessa e melodias extremamente inspiradas escritas pelo não menos querido amigo Moacyr Camargo.
A canção que tocamos pela primeira vez na casa no dia em que decidimos adotar a metodologia em todas as atividades da casa, e que tem embalado boa parte das nossas reuniões desde então se chama Encontro. Com ela concluímos mais este relato sobre a bendita experiência de descoberta do Ser Espiritual que somos que o Professor Eurípedes tem nos ajudado a vivenciar!
"Ave, cheia de Graça, o Senhor é contigo!", disse o mensageiro de Deus a Maria antes de anunciar-lhe que era chegado o momento de assumir os compromissos espirituais assumidos muito tempo antes... Compromissos que exigiriam fé, humildade, coragem, resignação e muita força de vontade. Que demandariam esforço e desacomodação. Mas que poderiam ser plenamente cumpridos se Maria se conservasse aberta à Graça, que nada mais é do que a Mão que Deus estende gratuita e permanentemente a cada um de nós. Para nos lembrar de que cada desafio do caminho foi colocado providencialmente em nosso percurso, tanto porque temos capacidade de experimentá-lo, quanto porque temos necessidade de superá-lo.
Que o exemplo daquela que aceitou enfrentar as próprias limitações humanas para atender plenamente ao voto de confiança do Alto nos inspire a refletir: qual tem sido a minha reação ao chamado de Deus? Possa a inspirada composição Ave, interpretada por Tim e Vanessa, nos ajudar a encontrar nossa própria resposta...