Nelson Xavier e Ângelo Antônio vão dividir a tela com atores conhecidos no longa-metragem mais aguardado de 2010. A confirmação dos novos nomes para o elenco de Chico Xavier veio na semana passada, através do produtor-executivo Júlio Uchôa.
Logo no início da trama, Letícia Sabatella e Giovana Antonelli se revezam no papel de Maria João de Deus, a mãe de Chico. Ao lado delas, Luís Melo interpreta João Cândido Xavier, patriarca da família.
Na fase seguinte da vida do médium, Giulia Gam viverá a madrinha Rita de Cássia, conhecida pelos maus-tratos dispensados ao garoto Francisco Cândido. Já Pedro Paulo Rangel encara o padre italiano Sebastião Scarzelli, confessor e orientador religioso de Chico da infância até a adolescência.
Um pouco mais à frente, entram em cena Tony Ramos e Christiane Torloni. Eles dão vida aos pais de Maurício Garcez Henriques, jovem goiano cuja mensagem psicografada contribuiu para inocentar um amigo da acusação de tê-lo assassinado, em 1976.
Completando o elenco, Mateus Rocha, que faz o Chico criança, Rosi Campos, que sintetiza "as diferentes pessoas que acompanharam Chico na fase final de sua vida", Cássio Gabus Mendes e Carla Daniel, cujos papéis ainda não foram divulgados.
Bom, tá parecendo novela da Globo, não é? Vamos torcer para que a obra seja mais cinematográfica do que televisiva. E para que não reduzam a complexidade do fenômeno Chico Xavier a mais uma trama enlatada do tipo que o Brasil já se acostumou a acompanhar todas as noites...
O 6º Fórum Nacional de Arte Espírita mobilizou cerca de 70 artistas espíritas de todo o país no último fim de semana. Gente de 14 estados e do Distrito Federal que se reuniu disposta a potencializar seus esforços individuais, trocando experiências e planejando em conjunto o futuro desse movimento.
O resultado foi um espetáculo de idéias e sentimentos que podem dar novo impulso à Arte Espírita no Brasil. Desde o fortalecimento das manifestações menos favorecidas, como a dança e as artes visuais espíritas, até a proposta de realização da Semana Nacional de Arte Espírita, simultânea em todos os cantos do país!
Logo mais vêm novidades nesse campo. Mas, por enquanto, queríamos só chamar a atenção para os sentimentos que estão por trás de realizações tão grandiosas. Sem um profundo senso de união, sem a vontade sincera de estar junto, nada disso seria possível!
E é por isso que a gente coloca aqui um vídeo muito especial. Uma homenagem à Arte, ao Fórum e ao Grupo Bem, de Vitória (ES). Uma galera jovem, movida por um ideal muito próximo do nosso, e que encantou a Abrarte no Fórum do ano passado, na cidade deles. Com vocês, Reencarnação, interpretada (com sentimento de sobra, apesar de nem tanta técnica) pelos participantes do 6º Fórum!!!
Noticiamos há pouco o lançamento do primeiro trailler - na verdade um teaser - do filme Chico Xavier. Uma produção que gera muita expectativa entre espíritas e não-espíritas. Mas que certamente não tem a pretensão de divulgar o espiritismo. E nem mesmo de ter um roteiro fundamentado na visão de mundo espírita.
Por isso, apesar da temática muito cara aos adeptos da doutrina, ele não tem nenhum tipo de "compromisso doutrinário" ou qualquer coisa que o valha. Em suma, acreditamos que não venha a ser exatamente um exemplar do que se tem chamado "cinema espírita".
Por outro lado, correm por fora do grande circuito produções menos pretensiosas, mas que podem nos trazer boas surpresas. No Rio Grande do Sul, o Grupo Arte Viva Espírita (AVE) lança hoje o méda-metragem Faces, na Casa de Cultura de Canoas, em Porto Alegre.
Segundo a sinopse oficial, o filme retrata a história de Camili (Jenifer Corrêa), uma jovem que vê os sonhos estraçalhados pelas ilusões. "Negando os valores éticos da vida, incita ao imediatismo do prazer a qualquer preço e tira do Espírito os estímulos de coragem nobre, facultando o desbordar das paixões violentas, que irrompem alucinadas, em caudais de revolta e desajuste."
O trailler é este aqui:
O filme será lançado também na 1° Mostra Goiana de Cinema e Vídeo Espírita, que acontece nos próximos dias 25 e 26 de julho, no Cine Ouro, Goiás. O evento promove, no sábado, uma exibição de Bezerra de Menezes: o Diário de um Espírito, seguido de debate com o diretor Glauber Filho sobre Cinema Espírita. Já no domingo, acontece a mostra propriamente dita. As categoria são: Curta, até 20 min; Média, até 50 min; Longa, a partir de 50 min; Curta - Mocidade, produzido por mocidades espíritas, até 10 min; e Vídeo-Clipe.
Fica o desafio para quem chega de fazer Arte fundamentada no Espiritismo, com técnica e sensibilidade! E não doutrinação audiovisual pra espírita ver...
Trazemos hoje para oEspírito de Arte o resumo de debate realizado recentemente num grupo virtual sobre Música Espírita. O assunto foi a canção Pensamento Sideral, assinada pelos compositores Douglas Thá Júnior e André Luiz Dias, do Alma Sonora. Pelo menos no eixo Sul-Sudeste do Brasil, é hoje uma das músicas mais tocadas no movimento espírita. Para quem nunca ouviu, eis o clipe mais conhecido:
A canção é, sem dúvida, a obra mais premiada entre os trabalhos musicais notoriamente feitos sob a influência do espiritismo. Acumula prêmios de melhor música e melhor arranjo em uma série de festivais nacionais, como já falamos antes. Mas, afinal, o que haveria mesmo de espírita nessa badalada composição?
Antes de tudo, é preciso lembrar que a música se compõe essencialmente de três elementos: melodia, harmonia e ritmo. E que os estilos musicais se definem pela forma como essas variáveis se relacionam. Naturalmente, não há uma "música espírita" no sentido propriamente musical da expressão. Basta ouvir aleatoriamente duas coletâneas espíritas, a exemplo dos CDs Cancioneiro Espírita, para perceber que há muito pouco em comum entre as milhares de canções compostas e cantadas pelos adeptos do espiritismo.
Se há algo pelo menos parecido, esse algo está nas letras das músicas. Elas também se apresentam numa infinidade de nuances. Mas uma coisa, praticamente todas têm em comum: a influência da proposta espírita de compreensão da realidade. Podem falar de Jesus, amor e caridade, como a maioria, ou de luta, dor, desigualdades dociais, sexo e drogas, como se vê mais recentemente. Via de regra, é fácil notar a inspiração do ideal espírita no texto.
Pois bem! É justamente esse o mote do debate a que nos referimos no início deste artigo. O que há de efetivamente espírita na letra de Pensamento Sideral? Eis a síntese das idéias apresentadas. Elas aparecem na forma de diálogo: um debatedor argumenta e, logo a seguir, o outro comenta sobre o mesmo assunto!
Quero ser um anjo,
Quero ser imortal
Podemos entender que o "querer ser um anjo" é o alcançar o estado de perfeição através da evolução sucessiva, ideia espírita. Porém, isso não encontra ressonância no resto da canção, não percebemos nenhuma passagem que sugira um contexto de evolução, de um crescimento. Apenas vejo um desejo de ser coisas e estar em condições etéreas, libertas e, no meu entendimento, bastante vagas.
Na Doutrina Espírita sabemos que todos somos imortais, independente de nosso desejo ou não. Claro, podemos fazer uma aproximações poética com o conceito de se descobrir imortal, se enxergar como imortal, de agir como imortal. Mas é uma interpretação que não vai da música em si.
A coerência com a proposta espírita, desde os primeiros versos, é impecável. Obviamente, sabemos o que é um "Anjo":
"Os seres que chamamos anjos, arcanjos, serafins formam uma categoria especial, de natureza diferente da dos outros Espíritos?
— Não; são Espíritos puros: estão no mais alto grau da escala e reúnem em si todas as perfeições."
Quanto ao desejo de ser imortal: esse verso traduz num anseio íntimo do autor a essência da proposta espírita, que é a percepção do homem como ser imortal. Em lugar de preconizar que nós o somos, o eu-lírico revela sua própria ânsia de atingir essa condição.Tira o postulado espírita da condição de Lei, imposta de fora para dentro, para colocá-lo como expressão da vontade profunda do Espírito encarnado no corpo terreno.
Quero viajar na velocidade da luz
Ir aonde o pensamento me conduz
Outro dia me argumentaram que "pensamento sideral' seria sinônimo de "espírito", porque o espírito é um pensamento e é livre pelo espaço em geral. E eu me questionei:a conclusão dessa frase é "quero ser um espírito"? Como poderia ser diferente, como poderia eu não ser um espírito?Claro, podemos ir a uma questão filosófica do que seria o espírito, mas que a música não desenvolve. Os demais versos são a continuidade de desejos por liberdade, por condições como "viajar na velocidade da luz", de ir onde o pensamento conduzir, mas onde não vejo um objetivo, apenas um desejo, um anseio vago por liberdade.
Quanto à expressão "Pensamento Sideral":
"O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea", dirá O Livro dos Espíritos, acrescentando que "Quando o pensamento está em alguma parte, a alma também o está, pois é a alma que pensa"e que "Os Espíritos puros habitam determinados mundos, mas não estão confinados a eles como os homens a Terra; eles podem, melhor que os outros, estar em toda parte". O Espiritismo não fala nada sobre a expressão "pensamento sideral". Mas oferece toda a fundamentação teórica para o que ela expressa dentro do contexto da música.
O Espírito Puro, tão liberto quanto possível da matéria, é uma Essência que é mais do Universo (ou, pelo latim, Sideral) do que de qualquer mundo específico. E o que melhor do que a figura do "Pensamento" para expressar essa essência livre de barreiras que transita pelo infinito?
"Pensamento Sideral" é uma forma poética e bem fundamentada n'O Livro dos Espíritos de traduzir o conceito de Espírito Puro.
Prosseguimos então com ser um pensamento sideral, viajar na velocidade e ir até onde o pensamento conduz. Ora, quem pode viajar à velocidade da luz, a barreira da rapidez admita pelo conhecimento humano, senão os Espíritos altamente depurados? E como podemos entrever essa habilidade senão através dos sonhos, da imaginação, do pensamento?
Diria, enfim, que todo o refrão da música poderia ser sintetizado na frase: quero ser um Espírito Puro.
Me leva até onde o céu está
Nem dor, nem medo não
Na luz que extermina a escuridão
Na paz, na voz que me faz ressoar
Na sequência, vemos o sentimento de passividade, de se deixar conduzir por um algo que te leva até o céu, onde supostamente não há dor nem medo. Nós espíritas não cremos num céu como crêem nossos irmão evangélicos e católicos, então eu suponho que a música fala do céu como elemento poético, como a imensidão da altura sobre nós, onde repousam as nuvens, e de onde recebemos a luz solar. Porém, num contexto estritamente espírita,não vejo nenhum sentido para esse céu não ter dor nem medo, até porque não vemos motivo algum para isso na canção; é apenas um desejo, uma vontade de não sentir dor nem medo, mas sem nenhuma razão para que o céu possa proporcionar isso.
Aqui cabe uma reflexão: o próprio ato de querer, de desejar, é, em si, um ato, uma ação, ainda que interior. Podemos até agir sem querer, mas nada como a vontade firme e decidida para fundamentar uma ação eficiente e proveitosa.E será precisamente o impulso íntimo de crescer que vai levar o Espírito à condição de Perfeição, com todas as qualidades que lhe são inerentes.
Portanto, acho que a letra passa longe de transmitir uma sensação geral de passividade, ainda que o verso"Me leva até onde o céu está"possa, isoladamente, dar impressão.
A respeito dele, inclusive, e da estrofe que se segue, é notável mais uma vez a coerência com a perspectiva espírita. Eis o que traz o Livros dos Espíritos sobre o conceito de"céu":
"É o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores onde os Espíritos desfrutam de todas as suas qualidades sem os tormentos da vida material nem as angústias próprias à inferioridade."
Noutras palavras, o céu, onde quer que ele esteja, ou como quer que queiramos chamá-lo, não tem dor nem medo, tal qual o eu lírico expressa em Pensamento Sideral.
Em seguida, falamos da "luz que extermina a escuridão", numa metáfora desgastada pelo mau uso, de desenhos animados japoneses a canções românticas onde a "luz do amor" vence a "escuridão da solidão". Claro que essa canção não tem culpa dos maus usos. Porém, diante da ausência de qualquer definição mais específica, a metáfora empobrecida pelo uso continua pobre.
Sim, a seguir, a velha mas recorrente metáfora da codificação espírita sobre luz e escuridão. Cito apenas dois exemplos do Livros dos Espíritos:
"...a luz mata as trevas e a caridade mata o egoísmo", "Ai dos que fecham os olhos à luz! Preparam para si mesmos longos séculos de trevas e decepções."
Andar sem precisar de chão
Voar, nem asas, nem balão
Liberdade, meu porto final
A paz, a voz que me faz ressoar
A próxima estrofe segue a mesma linha, continuando a buscar o voar, a liberdade física dos espaços, uma paz sem âncora em nenhum conceito, uma voz que ressoa pelo eu lírico, embora não haja nenhuma menção de que voz essa, de onde ela vem, o que ela diz. O resumo que eu faço é: como espírita, ela não me traz nada - ou me traz o nada.
A conclusão da estrofe é quase uma transcrição de trecho do famoso prefácio do Evangelho segundo o Espiritismo. Ou não há concordância entre
"Na voz que me faz ressoar" e "As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os cânticos dos anjos se lhes associam"?
Por fim: "Andar sem precisar de chão / Voar, nem asas, nem balão / Liberdade, meu porto final". Ainda aqui, referências à condição daquele que se libertou da matéria. Simples, talvez, diante de tudo aquilo que caracteriza a Perfeição Espiritual. Mas aquelas que o eu lírico entrevê e pelas quais anseia naquele momento.A libertação, vale destacar, de tudo o que limita e condiciona a plenitude espiritual é mais uma característica dEles, ainda de acordo com o Livro dos Espíritos:
Passaram por todos os graus da escala ese libertaram de todas as impurezas da matéria.Tendo atingido o mais elevado grau de perfeição de que é capaz a criatura,não têm mais que sofrer provas nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, a vida é para eles eterna e a desfrutam no seio de Deus.
Ufa! E agora, o que pensam sobre o tema?! Queremos opiniões!