Magia, aventura e fantasia barata? Não. Harry Potter é bem mais do que isso. Por trás do que possa parecer, a série mais badalada dos últimos anos é uma história sobre a morte. Medo, dores, luta e superação da finitude são a linha-mestra do enredo infanto-juvenil que cativa milhares de adultos pelo mundo afora.
Palavras da autora, a inglesa J.K. Rowling: "É um forte tema central [da série] - lidar com a morte, sim, e encará-la de frente", diria ela em 2000 à
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Mas Rowling talvez nem precisasse ter se explicado. Basta uma leitura atenta à obra para perceber que a magia é apenas o pano de fundo. Que a dificuldade de lidar com a morte é que norteia o desenrolar da história. E que ao longo do caminho, a trama acaba apresentando uma série de indícios curiosos para a construção de uma teoria espiritualista própria do universo Potteriano.
Se a morte está na raiz de tudo, a imortalidade da alma é uma certeza no mundo mágico. "Para a mente bem-estruturada, a morte nada mais é do que a próxima grande aventura", diria Albus Dumbledore, o maior bruxo dos últimos séculos, ainda no primeiro volume da obra. E as relações entre os que vão e os que ficam não se quebram com a morte. Pelo menos não de forma integral ou necessária.
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As fotos são como animações, semelhantes a alguns porta-retratos mais modernos. As pessoas retratadas se movem, sorriem, acenam, mas não vão além disso. As pinturas são mais complexas. Permitem que o morto, ou pelo menos um reflexo dele, se comunique livremente com os vivos. O retratado tem a liberdade de se locomover entre os quadros que ficam no mesmo edifício em que o seu. E, de quebra, ainda pode passear entre todos o quadros que o retratem, em qualquer parte do mundo. Apesar de ele se restringir, na maior parte dos casos, a reproduzir frases e idéias-chave de quando vivo, é possível ver muitos exemplos de uma ação mais livre e elaborada ao longo da trama.
E, por fim, os fantasmas propriamente ditos. Só em Hogwarts são cerca de 20, "impressões de almas que se foram deixadas sobre a Terra", nos dizeres do professor Severus Snape, no sexto livro, Harry Potter and the
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Mas por quê? - é a pergunta que Harry, e nós também, deixamos escapar diante da fala do fantasma. Uma interrogação central para a compreensão do espiritualismo potteriano e que vai abrir nosso próximo artigo sobre A Questão Espiritual em Harry Potter...
3 comentários:
Realmente muito interessante, sou fã da trama e sou Espirita tbm, e isso me faz compreender esses fatos na história!
não seria Alvo Dumbledore??!
gostei do post! continuem assim...!
=)
beatriz, Alvo é a tradução que fizeram no Brasil, sendo que não é muito correto traduzir nomes próprios. O original é Albus mesmo.
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