quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

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Kardec avalia o ano que passou

Não, não se trata de nenhum suposto texto mediúnico. Tampouco era Kardec prevendo o futuro. O que nos chamou a atenção foi o fato de, há 140 anos, o codificador do espiritismo ter feito uma avaliação curiosamente atual sobre o desenvolvimento da doutrina no ano que terminara. Em janeiro de 1868, ele avalia o ano de 1867 no artigo Golpe de Vista Retrospectivo. E revela uma série de acontecimentos e situações que caberiam bem numa avaliação sobre o ano que acaba nas próximas horas. Confira os trechos mais interessantes:

O ano (...) havia sido anunciado como devendo ser particularmente proveitoso ao Espiritismo, e esta previsão realizou-se plenamente. Ele viu aparecer várias obras que, sem levar-lhe o nome, popularizam seus princípios (...) O número das sociedades ou grupos oficialmente conhecidos, é verdade, não aumentou sensivelmente; antes mesmo diminuiu em conseqüência das intrigas com a ajuda das quais procuraram miná-los, neles introduzindo elementos de dissolução; mas em contrapartida, o número das reuniões particulares ou de família cresceu numa proporção muito grande.

Além disso, é notório para todo mundo, e da própria confissão de nossos adversários, que as idéias espíritas ganharam terreno consideravelmente (...) Elas se infiltram por uma multidão de saídas; tudo a isto concorre; as coisas que, à primeira vista, ali parecem as mais estranhas, são meios com a ajuda dos quais essas idéias se fazem luz. É que o Espiritismo toca a um tão grande número de questões que é bem difícil abordar o que quer que seja sem nisso ver surgir um pensamento espírita, de tal sorte que, mesmo nos meios refratários, essas idéias eclodem sob uma forma ou sob uma outra, como essas plantas de cores variadas que brotam através das pedras. E, como nesses meios, geralmente, rejeita-se o Espiritismo por espírito de prevenção, sem saber o que ele diz, não é surpreendente que, quando os pensamentos espíritas ali aparecem, não se os reconhece, e, então, são aclamados por-que são achados bons, sem desconfiar que são do Espiritismo.

A literatura contemporânea, pequena ou grande, séria ou leviana, semeia essas idéias em profusão; ela está delas matizada, e não lhe falta absolutamente senão o nome. Se se reunissem todos os pensamentos espíritas que correm o mundo, se constituiria o Espiritismo completo. Ora, aí está um fato considerável, e um dos mais característicos do ano que acaba de se escoar. Ele prova que todos possuem dele, de si para si, elementos no estado de intuição, e que, entre seus antagonistas e ele, o mais freqüentemente, não há senão uma questão de palavras. Os que o repelem, com perfeito conhecimento de causa são aqueles que têm interesse em combatê-lo.

Mas, então, como chegar a fazê-lo conhecer para triunfar dessas prevenções? Isto é obra do tempo. É preciso que as circunstâncias o conduzam naturalmente, e pode-se contar para isto com os Espíritos que sabem fazê-las nascer em tempo oportuno. Estas circunstâncias são particulares ou gerais; as primeiras agem sobre os indivíduos e as outras sobre as massas. As últimas, pela sua repercussão, fazem o efeito de minas que, a cada explosão, levantam alguns fragmentos do rochedo.


Que cada Espírita trabalhe de seu lado, sem se desencorajar pela pouca importância do resultado obtido individualmente, e pense que à força de acumular grãos de areia forma-se uma montanha!


Gostou
? Se quiser conferir o texto na íntegra, é só clicar aqui:
http://espiritodearte.blogspot.com/2008/07/contedo-extra_02.html

E Feliz Ano Novo para todos nós!!!

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