segunda-feira, 7 de julho de 2008

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Poema Jesus ou Barrabás?, do Parnaso de Além-Túmulo, atribuído ao Espírito de Olavo Bilac

Sobre a fronte da turba há um sussurro abafado.
A multidão inteira, ansiosa se congrega,
Surda à lição do amor, implacável e cega,
Para a consumação dos festins do pecado.

“Crucificai-o!” — exclama... Um lamento lhe chega
Da Terra que soluça e do Céu desprezado.
“Jesus ou Barrabás?” — pergunta, inquire o brado
Da justiça sem Deus, que trêmula se entrega.

Jesus! Jesus!... Jesus!... — e a resposta perpassa
Como um sopro cruel do Aquilão da desgraça,
Sem que o Anjo da Paz amaldiçoe ou gema...

E debaixo do apodo e ensangüentada a face,
Toma da cruz da dor para que a dor ficasse
Como a glória da vida e a vitória suprema.

3 comentários:

Anônimo disse...

Não sou muito afeito aos parnasianos. E destes Olavo Bilac é o que os salva pra mim. A poesia é linda. Continuou salvando!!!

Reginauro disse...

Tive a honra de dramatizar esse texto no show Parnaso do Grupo Ame, belíssimo, forte e profundo.
Essa psotagem me trouxe uma lembrança de um grande momento de minha vida como ator espírita.
Parabéns ao Blog, bela homenagem a Chico e a Jesus.

Roney disse...

Bela homenagem... são sonetos assim que fazem a diferença.

Forte abraço, e parabéns Chico e Jesus, sempre!